COVID-19: UM RELATO DE CASO DA GESTÃO DE ESTOQUE NA HEMORREDE DE SC

https://doi.org/10.1016/j.htct.2021.10.634Get rights and content
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Objetivo

Relatar a experiência na gestão do estoque na hemorrede do Estado de Santa Catarina durante a pandemia e quais estratégias foram traçadas para a manutenção de níveis de estoque.

Descrição

As ferramentas utilizadas para aprimorar a gestão do estoque na pandemia foram desenvolvidas através de planilhas de controle onde eram monitorados o consumo de hemocomponentes por grupo sanguíneo diariamente, possibilitando vislumbrar antecipadamente qualquer aumento e/ou redução na demanda. Foram revisadas as metas de estoque ideal, onde definiu-se que as metas seriam elevadas para mantermos um estoque de segurança maior. Implantamos os princípios de coleta seletiva onde enviamos diariamente um email para toda hemorrede com sugestões/metas de coleta por grupo sanguíneo, prevendo o estoque atual, o estoque-meta, a previsão de consumo e o quantitativo a ser coletado por grupo sanguíneo, a fim de obter um estoque adequado para cada grupo sanguíneo. A meta era distribuída por hemocentro, conforme sua capacidade de atendimento. Todas as ações eram discutidas em reuniões semanais, posteriormente quinzenais, entre todos os hemocentros da hemorrede.

Resultados

Com as ações implementadas, o HEMOSC conseguiu manter seus estoques em níveis de segurança em boa parte do transcorrer da pandemia no país, inclusive auxiliando outros hemocentros do Brasil com envio de hemocomponentes. O percentual de atendimento das solicitações foi acima de 99% e os níveis de descarte foram reduzidos ficando em média 2,66% no ano de 2020 e 1,53% até junho de 2021.

Discussão

A pandemia trouxe situações nunca antes vivenciadas nos hemocentros e a constante preocupação com a manutenção dos estoques fez com que estratégias para evitar o desabastecimento fossem desencadeadas. O HEMOSC desenvolveu com a ciência de dados formas de acompanhar as tendências do consumo e atuar preventivamente para evitar a redução no estoque para cada grupo sanguíneo. Além disso, com a aplicação das estratégias de coleta seletiva, foi possível aumentar rapidamente o estoque dos grupos sanguíneos necessários, com número de coleta global menor e evitando altos índices de descarte em toda a hemorrede.

Conclusão

As ações desenvolvidas para manutenção dos níveis de estoque durante a pandemia serão permanentes nas condutas de gestão do estoque na hemorrede de Santa Catarina pois trazem benefícios mesmo em momentos pós pandemia, onde será possível manter níveis seguros de estoque, atuar preventivamente quando na redução de um determinado grupo e coletar seletivamente os grupos necessários, reduzindo custos na produção e evitando altos índices de descarte.

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