Jogo amarelinha africana: criação de sequências coreográficas para uma proposta educacional durante a pandemia da Covid-19 / Amarelinha africana game: creation of choreographic sequences for an educational proposal during the Covid-19 pandemic

Authors

  • Dalva Teresinha de Souza Zardo Miranda

DOI:

https://doi.org/10.34119/bjhrv4n4-258

Keywords:

Educação Física, Jogos, Amarelinha Africana, Sequências coreográficas, Atividades não-Presenciais.

Abstract

Os jogos são considerados componentes didáticos em diversas áreas do conhecimento, e popularmente conhecidos em processos educativos formais e não-formais, e na Educação Física também fazem parte dos conteúdos estruturantes. Nesse relato de experiência, o jogo Amarelinha Africana foi pensado para contemplar vários aspectos do processo de ensino-aprendizagem dos estudantes do terceiro período do curso de Ensino Médio Técnico Integrado em Informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS), Campus Nova Andradina, na unidade curricular de Educação Física. Classificada como um jogo cooperativo, a Amarelinha Africana varia de acordo com a criatividade, ritmo e sincronia dos participantes. A criação e realização de diferentes sequências pelos participantes aumenta a complexidade e a diversão do jogo e envolve múltiplas capacidades e habilidades. O objetivo desse relato foi: demonstrar como a aplicação dessa atividade perpassa por diferentes conteúdos da Educação Física, com efeito sobre diversos aspectos da aprendizagem dos estudantes; demonstrar como os conteúdos e atividades presentes no Plano de Ensino que seriam aplicados para aulas presenciais no primeiro semestre de 2020 foram transpostos para que os estudantes pudessem realizar as atividades em casa, com segurança, no período de distanciamento social, durante a pandemia do novo coranavírus. Os estudantes desenvolveram coreografias baseando-se nos conhecimentos dos segmentos corporais, dos tipos de movimentos do corpo e das posições do corpo no espaço (conteúdos procedimentais). Através desse jogo, foi possível desenvolver uma abordagem diferente das atividades rítmicas e dos conhecimentos sobre o corpo (conteúdos conceituais), desafiar preconceitos e estereótipos por parte dos estudantes em relação a essas atividades, e ainda valorizá-las enquanto elemento cultural (conteúdos atitudinais). A prática da Amarelina Africana desenvolveu a percepção do jogo como atividade lúdica, contemplando conteúdos previstos para a ementa da unidade curricular especificada. As práticas foram consideradas divertidas pelos estudantes e seus familiares e foram possíveis de serem realizadas em suas casas, o que foi adequado para o momento (período de isolamento social durante a pandemia da COVID-19).

A Amarelinha Africana estimulou a prática de jogos como meio de lazer e combate ao sedentarismo, trazendo benefícios para o desenvolvimento de capacidades físicas e sociais, e promovendo o aumento do repertório de habilidades motoras para os estudantes. A atividade contemplou também o estudo da cultura africana e afro-brasileira, e das relações dessa cultura com o jogo, a dança e o ritmo. Assim, essa atividade atravessa conteúdos formais da Educação Física, e a História e a Cultura Afro-brasileira e Africana, que também é obrigatória no ensino básico e propõe a diversidade cultural na Educação Física, que muitas vezes ainda é orientada por uma lógica eurocêntrica nos conteúdos. As atividades foram consideradas pelos estudantes uma excelente atividade física e de lazer para o momento de isolamento social e permitiram o surgimento de ideias para desenvolvimento de um projeto multidisciplinar, no qual os próprios estudantes irão produzir um aplicativo do jogo.

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Published

2021-08-19

How to Cite

MIRANDA, D. T. de S. Z. Jogo amarelinha africana: criação de sequências coreográficas para uma proposta educacional durante a pandemia da Covid-19 / Amarelinha africana game: creation of choreographic sequences for an educational proposal during the Covid-19 pandemic. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 4, n. 4, p. 17778–17790, 2021. DOI: 10.34119/bjhrv4n4-258. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/34737. Acesso em: 29 mar. 2024.

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