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Cefaleia em idosos brasileiros no contexto de infodemia de covid-19

Resumo

Objetivo

Analisar a prevalência e os fatores associados à cefaleia em idosos brasileiros no contexto de Infodemia de covid-19.

Método

Trata-se de um estudo transversal realizado com 3.307 idosos brasileiros com a utilização de um questionário virtual, autopreenchido por meio de celular, tablet ou computador com acesso à internet. A coleta de dados ocorreu entre junho de 2020 a janeiro de 2021. O modelo de análise foi composto por variáveis distribuídas em quatro blocos: variáveis exógenas, determinantes primários, comportamentos de saúde e condições de saúde. Regressão de Poisson com variância robusta foi utilizada para estimar as associações.

Resultados

A prevalência de cefaleia foi de 31,7%. O desfecho esteve associado ao uso de psicofármacos, preocupação com informações sobre a covid-19, sintomas de depressão e ansiedade, e percepção de estresse.

Conclusão

Considera-se que ansiedade, depressão e estresse estão associados a dor de cabeça em idosos que são expostos ao excesso de informação e informações falsas sobre a covid-19.

Palavras-Chave:
covid-19; Cefaleia; Idosos

Abstract

Objective

Analyze the prevalence and factors associated with headache in Brazilian older people in the context of COVID-19 Infodemic.

Methods

This is a cross-sectional study carried out with 3,307 elderly Brazilians using a virtual questionnaire, self-completed using a cell phone, tablet or computer with internet access. Data collection was developed between June 2020 and January 2021. The analysis model consisted of variables distributed into four blocks: exogenous variables, primary determinants, health behaviors and health conditions. Poisson regression with robust variance was used to estimate the associations.

Results

The prevalence of headache was 31.7%. The outcome was associated with the use of psychotropic drugs, concern with information about covid-19, symptoms of depression and anxiety, and perception of stress.

Conclusion

Anxiety, depression and stress are thought to be associated with headache in older adults who are exposed to excess information and fake news about covid-19.

Keywords
covid-19; Headache; Aged

INTRODUÇÃO

As informações sobre o coronavírus, na atual era digital, difundem-se rapidamente por diferentes tipos de mídias, incluindo falsas teorias, provocando desinformação, pânico e confusões, gerando o fenômeno caracterizado como infodemia11 Ghebreyesus TA. Desinformación frente a medicina: hagamos frente a la ‘infodemia’ [Internet]. Madrid: El País; 2020. Disponível em: https://elpais.com/sociedad/2020/02/18/actualidad/1582053544_191857.html
https://elpais.com/sociedad/2020/02/18/a...

2 Vasconcellos-Silva PR, Castiel LD. COVID-19, as fake news e o sono da razão comunicativa gerando monstros: a narrativa dos riscos e os riscos das narrativas. Cad Saúde Pública. 2020;36(7):e00101920. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311X00101920
-33 The Lancet Infectious Diseases. The COVID-19 infodemic. Lancet Infect Dis. 2020;20(8):875. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S1473-3099(20)30565-X. Nesse contexto, há uma grande preocupação com a população idosa, visto que no mundo já existem mais de 1 bilhão de pessoas com 60 anos ou mais44 World Health Organization. UN Decade of Healthy Ageing. 2021. Disponível em: https://www.who.int/initiatives/decade-of-healthy-ageing
https://www.who.int/initiatives/decade-o...
, e destaca-se que a presença de idosos como usuários da internet vem crescendo55 Yabrude ATZ, de Souza ACM, de Campos CW, Bohn L. Desafios das Fake News com Idosos durante Infodemia sobre Covid-19: Experiência de Estudantes de Medicina. Rev bras educ med. 2020;44(Suppl 01). Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.supl.1-20200381. A divulgação de notícias falsas/fake news coloca em risco a saúde dos idosos, causando sobrecarga emocional e mental, levando a sintomas como ansiedade e depressão55 Yabrude ATZ, de Souza ACM, de Campos CW, Bohn L. Desafios das Fake News com Idosos durante Infodemia sobre Covid-19: Experiência de Estudantes de Medicina. Rev bras educ med. 2020;44(Suppl 01). Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.supl.1-20200381. Ansiedade e depressão são transtornos psicológicos que em pessoas idosas podem estar acompanhados de sintomas como isolamento e falta de conexões sociais, sentimentos de tristeza e desesperança, irritação e apatia66 Santini ZI, Jose PE, York Cornwell E, et al. Social disconnectedness, perceived isolation, and symptoms of depression and anxiety among older Americans (NSHAP): a longitudinal mediation analysis. Lancet Public Health. 2020;5(1):e62-e70. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S2468-2667(19)30230-0.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a covid-19 como uma pandemia em 11 de março de 202077 World Health Organization [Internet]. WHO Director-General's opening remarks at the media briefing on COVID-19. Geneva: WHO; 2020 [acesso em 11 mar. 2021]. Disponível em: https://www.who.int/director-general/speeches/detail/who-director-general-s-opening-remarks-at-the-media-briefing-on-covid-19---11-march-2020.
https://www.who.int/director-general/spe...
. As pessoas idosas sofrem muito mais os efeitos adversos da pandemia, que vão de complicações mais graves da doença e maior mortalidade88 Shahid Z, Kalayanamitra R, McClafferty B, et al. COVID-19 and Older Adults: What We Know. J Am Geriatr Soc. 2020;68(5):926-929. Disponível em: https://doi.org/10.1111/jgs.16472 até impactos em relação à saúde mental, como ansiedade, solidão e tristeza. Além desses aspectos as pessoas idosas sofrem com o medo da doença e até mesmo o medo da morte99 González-Sanguino C, Ausín B, Castellanos MÁ, et al. Mental health consequences during the initial stage of the 2020 Coronavirus pandemic (COVID-19) in Spain. Brain Behav Immun. 2020;87:172-176. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.bbi.2020.05.04

10 World Health Organization (WHO). Older people & COVID-19. Geneva: WHO; 2020 [acesso em 11 mar. 2021]. Disponível em: https://www.who.int/teams/social-determinants-of-health/demographic-change-and-healthy-ageing/covid-19
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11 Vahia IV, Jeste DV, Reynolds CF. Older Adults and the Mental Health Effects of COVID-19. JAMA. 2020;324(22):2253–2254. Disponível em: https://doi.org/10.1001/jama.2020.21753
-1212 Romero DE, Muzy J, Damacena GN, et al. Older adults in the context of the COVID-19 pandemic in Brazil: effects on health, income and work. Cad Saude Publica 2021;37(3):e00216620. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311X00216620.

A covid-19 está associada a percepções de idosos com dor de cabeça sobre isolamento social, emoções e sentimentos negativos1313 Cerami C, Crespi C, Bottiroli S, Santi GC, Sances G, et al. High perceived isolation and reduced social support affect headache impact levels in migraine after the Covid-19 outbreak: A cross sectional survey on chronic and episodic patients. Cephalalgia. 2021;41(14):1437-1446. Disponível em: https://doi.org/10.1177/03331024211027568. Deste modo, a dor de cabeça mostra-se como um importante desfecho em estudos sobre a saúde mental de pessoas idosas em tempos de pandemia. A cefaleia, popularmente conhecida como dor de cabeça, é o sintoma neurológico mais comum afetando 46% da população mundial1414 Stovner Lj, Hagen K, Jensen R, et al. The global burden of headache: a documentation of headache prevalence and disability worldwide. Cephalalgia. 2007;27(3):193-210. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1468-2982.2007.01288.x. No Brasil, a prevalência média de cefaleia em um ano é de 70,6%1515 Queiroz LP, Silva Junior AA. The prevalence and impact of headache in Brazil. Headache. 2015; 5(Suppl 1):32-38. Disponível em: https://doi.org/10.1111/head.12511. Embora a prevalência diminua com a idade, a cefaleia é o 10º e o 14º sintoma de dor mais comum relatado entre mulheres e homens idosos, respectivamente1616 Sharma TL. Common Primary and Secondary Causes of Headache in the Elderly. Headache. 2018;58(3):479-484. Disponível em: https://doi.org/10.1111/head.13252. Além disso, investigar a cefaleia em um contexto de pandemia por covid-19, com alto risco para a população idosa, de restrições sociais, econômicas, com exposição a infodemia, pode contribuir para o conhecimento sobre esse sofrimento humano silencioso e muitas vezes intenso e persistente. Assim, o objetivo do presente estudo foi analisar a prevalência e os fatores associados à cefaleia em idosos brasileiros no contexto de Infodemia de covid-19.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal realizado com 3.307 idosos brasileiros, entre junho e dezembro de 2020, com a utilização de um questionário virtual, autopreenchido por meio de celular, tablet ou computador com acesso à Internet. Este estudo apresenta os resultados do Brasil, da fase 1 da investigação “Infodemia de covid-19 e suas repercussões sobre a saúde mental de idosos: estudo multicêntrico Brasil/Portugal/Chile/México/Colômbia/Peru”. O tamanho da amostra foi estimado considerando 20% de prevalência de sintomas depressivos no nível de prevenção primária em idosos1717 Ferrari JF, Dalacorte RR. Uso da Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage para avaliar a prevalência de depressão em idosos hospitalizados. Sci méd. 2007;17(1):3-8.. Foi utilizado um erro de 9% e, portanto, estimado um intervalo de 0,33–0,51. A amostra foi calculada proporcionalmente em todos os oito municípios sede pesquisados. Em cada município, adicionou-se 20% para eventuais recusas e um deff de 1,5 de modo a resguardar precisão, considerando a estrutura do plano amostral, totalizando 2.976 respondentes para os 8 municípios. Por se tratar de amostragem pelo método bola de neve virtual1818 Costa BRL. Bola de Neve Virtual: O uso das redes sociais virtuais no processo de coleta de dados de uma Pesquisa Científica. Revista Interdisciplinar De Gestão Social. 2018;7(1). Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/rigs/article/view/24649, houve um acréscimo na amostra final em estudo de 10,01% extrapolando municípios sede (Figura 1). Cabe destacar que tais municípios são as sedes dos centros colaboradores da pesquisa onde havia grupos de idosos acompanhados por pesquisadores e que iniciaram a coleta de dados.

Figura 1
Fluxograma amostral para estudo da saúde mental de idosos com exposição a informação em relação a Infodemia de covid-19. Brasil, 2020.

Os dados foram coletados por meio de uma web-based-survey. A referida pesquisa era acessada por um link contendo perguntas sobre: variáveis sociodemográficas, exposição sobre notícias e informações relacionadas a covid-19, rastreio para depressão, estresse e ansiedade. Neste pressuposto a cefaleia foi autoavaliada através da questão: “Nos últimos 15 dias informações sobre a covid-19 e coronavírus têm causado em mim dor de cabeça?” (sim ou não).

As variáveis demográficas e socioeconômicas usadas foram: faixa etária (em anos: 60 a 64, de 65 a 69, de 70 a 74, de 75 a 79 ou ≥80 anos seguindo protocolos de estudos da Organização Mundial da Saúde1010 World Health Organization (WHO). Older people & COVID-19. Geneva: WHO; 2020 [acesso em 11 mar. 2021]. Disponível em: https://www.who.int/teams/social-determinants-of-health/demographic-change-and-healthy-ageing/covid-19
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), sexo, raça/cor da pele autodeclarada (branca ou não branca), estado civil (casado ou não casado), escolaridade (fundamental incompleto, fundamental completo, ensino médio completo, ensino superior completo, especialização completa ou mestrado/doutorado/pós-doutorado completo), recebe aposentadoria/pensão (sim ou não) e redução de renda pela pandemia de covid-19 (sim ou não).

Os comportamentos de saúde incluíram: maior consumo de álcool/tabaco durante a pandemia de covid-19, (“Nos últimos 15 dias informações sobre covid-19 têm causado em mim maior consumo de álcool/tabaco?” sim ou não); uso de psicofármacos (Nos últimos 15 dias informações sobre covid-19 têm causado em mim uso de psicofármacos (p.ex., remédios para dormir e/ou ansiedade)? sim ou não); frequência de exposição a informações ou notícias foi avaliada em redes sociais, televisão e rádio (“Com que frequência você foi exposto na última semana a notícias ou informações sobre covid-19”? (nenhuma, pouca/alguma ou frequente).

As condições de saúde englobam a avaliação de preocupação com as informações sobre covid-19, depressão, ansiedade e estresse. A preocupação com informações sobre a covid-19 foi avaliada com a pergunta “Nos últimos 15 dias informações sobre covid-19 têm causado em mim preocupação?” (nunca, poucas vezes, algumas vezes ou muitas vezes). A Escala de Depressão Geriátrica (EDG-15), validada no Brasil, foi usada para detectar a presença de sintomas depressivos. Composta por 15 perguntas com respostas binárias (sim ou não). Os escores variam de 0 a 5, classificando o idoso como “sem sintomas depressivos”, a partir de 6 pontos “com sintomas depressivos”, sendo considerado 5 como ponto de corte1919 Almeida OP, Almeida SA. Short versions of the geriatric depression scale: a study of their validity for the diagnosis of a major depressive episode according to ICD-10 and DSM-IV. Int J Geriatr Psychiatry. 1999;14(10):858-65. Disponível em: https://doi.org/10.1002/(sici)1099-1166(199910)14:10<858::aid-gps35>3.0.co;2-8. O Inventário Geriátrico de Ansiedade (Geriatric Anxiety Inventory-GAI) foi usado para o rastreio de sintomas de ansiedade com ponto de corte >8 e foi dicotomizada em presença ou ausência de sintoma 2020 Massena PN, de Araújo NB, Pachana N, Laks J, de Pádua AC. Validation of the Brazilian portuguese version of geriatric anxiety inventory–GAI-BR. International Psychogeriatrics.2015;27(7):1113-1119. Disponível em: https://doi.org/10.1017/S1041610214001021. O instrumento contém 20 questões com respostas dicotômicas com possibilidades de respostas (0=concorda; 1= discorda) com escores variando de 0 a 202020 Massena PN, de Araújo NB, Pachana N, Laks J, de Pádua AC. Validation of the Brazilian portuguese version of geriatric anxiety inventory–GAI-BR. International Psychogeriatrics.2015;27(7):1113-1119. Disponível em: https://doi.org/10.1017/S1041610214001021.

A Escala de Estresse Percebido (Perceived Stress Scale-PSS), validada para idosos brasileiros, avaliou a percepção do estresse. A PSS possui 14 questões com opções de resposta que variam de zero a quatro (0=nunca; 1=quase nunca; 2=às vezes; 3=quase sempre 4=sempre). O total da escala é a soma das pontuações destas 14 questões e os escores podem variar de 0 a 562121 Luft CDB, Sanches SO, Mazo GZ, Andrade A. Versão brasileira da Escala de Estresse Percebido: tradução e validação para idosos. Rev Saúde Pública. 2007;41(4): 606-615. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000400015.

A análise hierárquica utilizada neste estudo, teve como base o modelo teórico proposto por Andersen e Davidson (2007)2222 Andersen RM, Davidson PL. Ethnicity, aging, and oral health outcomes: a conceptual framework. Adv Dent Res. 1997;11(2):203-209. Disponível em: https://doi.org/10.1177/08959374970110020201. O modelo foi composto por variáveis distribuídas em quatro blocos: variáveis exógenas; determinantes primários; comportamentos de saúde; e condições de saúde. O primeiro bloco do modelo foi composto pelas variáveis exógenas e mais distais: idade, sexo e cor/raça autodeclarada. No segundo bloco, os determinantes primários de saúde, representados pelo estado civil, escolaridade, recebe aposentadoria/pensão e redução de renda pela pandemia. O terceiro bloco de análise foi composto por comportamentos de saúde, representados pelo maior consumo de álcool/tabaco, uso de psicofármacos e frequência de exposição a notícias/informações sobre covid-19. No bloco proximal, ou seja, no quarto, foram incluídas as variáveis de condições de saúde, das quais fazem parte preocupação com as informações da covid-19, sugestão de sintomas de depressão, ansiedade e percepção de estresse. E o desfecho avaliado foi a presença ou ausência de cefaleia autorelatada em tempos de infodemia de covid-19 (Figura 2).

Figura 2
Modelo teórico para análise da cefaleia em idosos em tempos de infodemia de covid-19. Adaptado de Andersen e Davidson (1997).

Foi realizado o teste qui-quadrado para avaliar diferenças nas variáveis estudadas e quando seus pressupostos foram violados, utilizou-se o teste exato de Fisher, ambos com nível de 5% de significância. Regressão de Poisson com variância robusta foi utilizada para o cálculo de Razões de Prevalência (RP) brutas e ajustadas e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. As variáveis permaneceram no modelo quando o p valor do teste de Wald foi <0.10. Considerou-se um nível de significância p<0,05 e intervalo de confiança (IC) de 95 %, com cálculo das razões de prevalências ajustadas. Para avaliar a qualidade do ajuste do modelo final foi utilizado o teste Goodness-of-fit. Na análise, também foi considerado o teste de Omnibus que foi útil para sugerir se o modelo se ajustava ou não. Assim, sob o pressuposto do modelo de não colinearidade entre as variáveis independentes, o teste de Omnibus quando apresenta significância, sugeriu que o modelo se encontrava ajustado aos dados. Para a análise dos resíduos, e qualidade do ajuste do modelo final utilizou-se o teste Goodness-of-fit. Nos casos de Modelos Lineares Generalizados (MLG), são definidos alguns tipos diferentes de resíduos capazes de avaliar o ajuste do modelo, o desvio residual (deviance residual). Essa foi uma medida capaz de detectar observações atípicas que influenciam o ajuste do modelo. A confiabilidade dos instrumentos EDG-15, GAI e PSS foi avaliada por meio do Coeficiente Alpha de Cronbach foram, respectivamente, 0,72; 0,93 e 0,86.

O estudo foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Ministério da Saúde (CAAE 31932620.1.1001.5147).

Resultados

Em um panorama descritivo, o estudo destaca que as pessoas idosas estudadas refletem maioria de mulheres (68,40%), faixa etária entre 60-69 (66,70%), cor branca (71,48%), ensino básico, fundamental e/ou médio (2,9%) com renda própria (77,56%). No cenário da pandemia de covid-19, para a amostra estudada a renda não diminui (76,11%), não houve maior consumo de álcool/tabaco (80,91%) bem como não houve uso de psicofármacos (72,30%) e havia preocupação algumas vezes com as informações sobre a pandemia (28,69%). Ainda dentro deste cenário, observou-se que a maioria das pessoas não apresentam sugestão de sinais e sintomas depressivos (60,20%), de ansiedade (70,09%), bem como estresse percebido (50,65%) (Tabela 1).

Tabela 1
Distribuição das frequências e associação entre variáveis exógenas, determinantes primários, comportamentos de saúde, condições de saúde e o relato de dor de cabeça no contexto de infodemia de covid-19. Brasil, 2020.

Este estudo analisou a associação entre a cefaleia e os comportamentos e condições em saúde de 3307 idosos no Brasil. A prevalência de cefaleia foi de 31,7% (IC 95%: 30–33) (n=1047) no contexto de infodemia de covid-19. Na análise bivariada, os fatores que apresentaram associação com o desfecho foram o uso de psicofármacos, a preocupação com informações sobre a covid-19, a depressão, a ansiedade, e o estresse (Tabela 1).

Na análise multivariada não foi encontrada associação positiva e estatisticamente significativa em todos os blocos, todos os resultados encontram-se descritos na Tabela 2. As variáveis que apresentaram associação positiva estatisticamente significativa, na análise bruta e na análise ajustada, pertenciam aos blocos 3 (comportamentos de saúde) e 4 (condições de saúde). Maior razão de prevalência de cefaleia foi entre as pessoas idosas que usavam psicofármacos (RP=1,64; IC95%:1,48-1,82), preocupados com informações sobre a covid-19 (RP= 2,67; IC95%: 2,06-3,53), com sintomas de depressão (RP=1,24; IC95%: 1,09-1,41) e ansiedade (RP=1,43; IC95%: 1,27-1,61) e que possuíam percepção de estresse (RP=1,68; IC95%: 1,43-1,97) (Tabela 2).

Tabela 2
Razão de prevalência bruta e ajustada das variáveis associadas ao desfecho de dor de cabeça em idosos no contexto da Infodemia de covid-19. Brasil, 2020.

Discussão

Relacionada à infodemia, a prevalência da cefaleia encontrada, neste estudo, é expressiva e precisa ser considerada em qualquer das faixas etárias em pessoas idosas. A prevalência encontrada foi inferior à relatada em dois estudos sobre associação entre cefaleia em idosos2323 Ahmadi Ahangar A, Hossini SR, Kheirkhah F, Bijani A, Moghaddas Z. Associated factors of headache in an unstudied cohort of elderly subjects. Caspian J Intern Med. 2016;7(2):120-125.,2424 Schramm S, Tenhagen I, Schmidt B, et al. Prevalence and risk factors of migraine and non-migraine headache in older people - results of the Heinz Nixdorf Recall study. Cephalalgia. 2021;41(6):649-664. Disponível em: https://doi.org/10.1177/0333102420977183. Já em relação a variável sexo, não foram encontradas diferenças como as reportadas nos referidos estudos. De acordo com o modelo de análise proposto, foi possível identificar que uso de psicofármacos, preocupação com as informações sobre a pandemia, sintomas depressivos, de ansiedade e percepção de estresse em pessoas idosas em um cenário de infodemia de covid-19 geram dores de cabeça. No bloco que representa os comportamentos de saúde, o aumento no consumo de álcool/tabaco não teve prevalência expressiva e não houve associação com a dor de cabeça no modelo de análise proposto. Não foi encontrado na literatura conhecida evidências que apresentam uma relação entre o maior consumo de álcool/tabaco com dor de cabeça em pessoas idosas.

Antes da pandemia de covid-19 a ansiedade e a depressão, dentro do espectro de estudo de função cognitiva de idosos, já se mostrava associada à cefaleia2525 Pellegrino Baena C, Goulart AC, Santos IS, Suemoto CK, Lotufo PA, Bensenor IJ. Migraine and cognitive function: Baseline findings from the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health: ELSA-Brasil. Cephalalgia. 2018;38(9):1525-1534. Disponível em: https://doi.org/10.1177/0333102417737784. Destaca-se que a cefaleia em idosos apresenta associação positiva com indicadores de estresse, ansiedade e depressão1212 Romero DE, Muzy J, Damacena GN, et al. Older adults in the context of the COVID-19 pandemic in Brazil: effects on health, income and work. Cad Saude Publica 2021;37(3):e00216620. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311X00216620,2626 Osório RDCP, Seabra CAM, de Sousa GI, et al. Cefaleias em idosos: uma revisão integrativa. Braz J Dev. 2021;7(9):90631-90645., o que vai ao encontro dos resultados deste estudo. Ademais, a infodemia de covid-19 pode levar as pessoas a se tornarem ansiosas e deprimidas2727 Garcia LP, Duarte E. Infodemia: excesso de quantidade em detrimento da qualidade das informações sobre a COVID-19. Epidemiol Serv Saúde. 2020;29(4):e2020186. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1679-49742020000400019 e a pandemia leva idosos a desenvolverem sentimentos de solidão e ansiedade2828 Fullana MA, Hidalgo-Mazzei D, Vieta E, Radua J. Coping behaviors associated with decreased anxiety and depressive symptoms during the COVID-19 pandemic and lockdown. J Affect Disord. 2020;275:80-81. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jad.2020.06.027. A saúde mental de idosos e a associação com cefaleia e outras variáveis, mostra-se como relevante em tempos de pandemia de covid-191212 Romero DE, Muzy J, Damacena GN, et al. Older adults in the context of the COVID-19 pandemic in Brazil: effects on health, income and work. Cad Saude Publica 2021;37(3):e00216620. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311X00216620,2929 Gao J, Zheng P, Jia Y, et al. Mental health problems and social media exposure during COVID-19 outbreak. PLoS One. 2020;15(4):e0231924. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0231924

30 Wieckiewicz M, Danel D, Pondel M, et al. Identification of risk groups for mental disorders, headache and oral behaviors in adults during the COVID-19 pandemic. Scientific Reports. 2021;11(1):10964. Disponível em: https://doi.org/10.1038/s41598-021-90566-z

31 Zhang Y, Ma ZF. Impact of the COVID-19 Pandemic on Mental Health and Quality of Life among Local Residents in Liaoning Province, China: A Cross-Sectional Study. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(7):2381. Disponível em: https://doi.org/10.3390/ijerph17072381
-3232 Ahangar AA, Hossini SR, Kheirkhah F, Bijani A, Moghaddas Z. Associated factors of headache in an unstudied cohort of elderly subjects. Caspian J Intern Med. 2016; 7(2):120-125.. Porém, não foram encontrados na literatura estudos sobre a prevalência de autorrelato de cefaleia em idosos associada às variáveis analisadas no presente estudo.

O uso de psicofármacos por idosos, associado à cefaleia em tempos de infodemia de covid-19, é algo novo na literatura. Além disso, informações relacionadas a intervenções terapêuticas medicamentosas merecem especial atenção das autoridades sanitárias para a correta orientação sobre uso de medicamentos durante a pandemia3333 Melo JRR, Duarte EC, Moraes KMV, Fleck K, Arrais PSD. Automedicação e uso indiscriminado de medicamentos durante a pandemia da COVID-19. Cad Saúde Pública. 2021;37(4):e00053221. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00053221. Neste sentido, a associação encontrada entre cefaleia e uso de psicofármacos ressalta a associação com a saúde mental, sendo necessário investigar as intervenções terapêuticas medicamentosas no cenário da pandemia de covid-19, assim como de automedicação.

Em tempos de covid-19, estudo sobre hábitos parafuncionais, que podem levar a dores faciais e de cabeça, aponta que o relato de ansiedade, não esteve significativamente associado a dores de cabeça em pessoas idosas, sendo mais prevalente em pessoas mais jovens3030 Wieckiewicz M, Danel D, Pondel M, et al. Identification of risk groups for mental disorders, headache and oral behaviors in adults during the COVID-19 pandemic. Scientific Reports. 2021;11(1):10964. Disponível em: https://doi.org/10.1038/s41598-021-90566-z. Esses dados mostram-se divergentes aos achados do presente estudo, pois observou-se associação positiva entre ansiedade e dor de cabeça em pessoas idosas. Acredita-se que pessoas idosas em momentos estressantes e que geram ansiedade como o fato de viver em um contexto de infodemia de covid-19 podem adquirir hábitos parafuncionais como mastigação unilateral, apertamento dos dentes (tipo de Bruxismo) dentre outros, que podem levar a dores articulares, faciais e de cabeça. Em relação ao fato de se preocupar com informações sobre a covid-19, não foi encontrado, nas principais bases de dados, nenhum estudo voltado à população idosa, porém um estudo apontou que 52,15% dos entrevistados com idade média de 37 anos se sentem horrorizados e preocupados com a pandemia3131 Zhang Y, Ma ZF. Impact of the COVID-19 Pandemic on Mental Health and Quality of Life among Local Residents in Liaoning Province, China: A Cross-Sectional Study. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(7):2381. Disponível em: https://doi.org/10.3390/ijerph17072381. Cabe ressaltar que informações falsas sobre a covid-19 podem causar transtornos psicológicos, estresse e depressão independentemente da idade55 Yabrude ATZ, de Souza ACM, de Campos CW, Bohn L. Desafios das Fake News com Idosos durante Infodemia sobre Covid-19: Experiência de Estudantes de Medicina. Rev bras educ med. 2020;44(Suppl 01). Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.supl.1-20200381,3434 Rocha YM, de Moura GA, Desidério GA, de Oliveira CH, Lourenço FD, et al. The impact of fake news on social media and its influence on health during the COVID-19 pandemic: a systematic review. Z Gesundh Wiss. 2021;1-10. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s10389-021-01658-z

Este trabalho possui algumas limitações. A primeira consiste no uso exclusivo do questionário virtual para a realização da coleta de dados, pois ocorreu a exclusão dos idosos que não tinham acesso à internet. Adicionalmente, os pesquisadores não conseguiram auxiliar o participante quando o mesmo não compreendeu algum item da pesquisa. Acredita-se que aqueles idosos com certa limitação de atividade de vida diária tiveram apoio de outras pessoas para responder aos questionários. Entretanto, como apresentado em outros estudos com coletas pela Internet, fica a necessidade de se confirmar se o grupo de sujeitos da amostra por redes representa a população geral3535 Szwarcwald CL, Souza Júnior PRBD, Damacena GN, Malta DC, Barros MBDA et al. ConVid-Pesquisa de Comportamentos pela Internet durante a pandemia de COVID-19 no Brasil: concepção e metodologia de aplicação. Cad Saúde Pública. 2021;37(3):e00268320. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311X00268320. No entanto, como os idosos são considerados grupo de risco, a utilização do recurso de coleta virtual foi uma fonte alternativa importante para avaliar os idosos no contexto da pandemia de covid-19. Cabe destacar que para superar tais limitações os autores se fundamentaram no fato de que o uso de coleta por meio de bola de neve virtual é viável para amostragem não probabilística3535 Szwarcwald CL, Souza Júnior PRBD, Damacena GN, Malta DC, Barros MBDA et al. ConVid-Pesquisa de Comportamentos pela Internet durante a pandemia de COVID-19 no Brasil: concepção e metodologia de aplicação. Cad Saúde Pública. 2021;37(3):e00268320. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311X00268320. Neste processo, na tentativa de se ter a garantia de que os questionários eram respondidos diretamente por pessoas idosas, os links foram inicialmente disparados por redes sociais de instituições parceiras da pesquisa como: Universidades abertas da pessoa idosa; Organizações não governamentais de convívio de idosos; e Associações de servidores aposentados dos municípios sede, dentre outras. Deste modo, os pesquisadores conseguiram acessar um grande número de pessoas idosas ativas e com acesso a redes sociais para responder os questionários. Novos estudos devem ampliar essa busca por outros perfis de idosos, por exemplo, idosos institucionalizados, tornando os resultados mais robustos. É importante considerar as limitações entre o comparativo destes resultados devido a diferenças contextuais e na forma de mensuração.

CONCLUSÕES

Conclui-se que ansiedade, depressão e estresse, no modelo de análise proposto pelo estudo, estão associados à dor de cabeça em idosos que são expostos ao excesso de informação e informações falsas sobre a covid-19. Deste modo, considera-se que no cenário da Infodemia de covid-19, a cefaleia em idosos que têm acesso a informações mostra-se como um importante marcador de saúde mental associado a sugestões de depressão, ansiedade e estresse. Os resultados evidenciam a importância de planejar estratégias de enfrentamento e organização do modelo de atenção à saúde, pois ainda não se conhece as implicações psicológicas da pandemia na saúde mental dos idosos.

  • Financiamento da pesquisa: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). Nº dos processos: 312355/2021-1; 403323/2021-5.

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Editado por

Editado por: Marquiony Marques dos Santos

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Maio 2021
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    01 Dez 2021
  • Aceito
    15 Mar 2022
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