Arq. Bras. Cardiol. 2021; 117(5): 968-975
Prevalência e Fatores Associados à SRAG por COVID-19 em Adultos e Idosos com Doença Cardiovascular Crônica
Este Artigo Original é referido pelo Minieditorial "Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) Causada por COVID-19: Um Fator Regional".
Resumo
Fundamento
A presença de Doença Cardiovascular (DCV) em indivíduos infectados pela COVID-19 pode implicar em um pior prognóstico.
Objetivo
Descrever a prevalência da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por COVID-19 e analisar os fatores associados a essa condição em adultos e idosos com doença cardiovascular no Brasil até a 30ª Semana Epidemiológica de 2020.
Métodos
Estudo transversal realizado com dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), referente às fichas de notificação de SRAG de indivíduos hospitalizados no Brasil, entre a 1a e 30a Semana Epidemiológica de 2020. Foram incluídos adultos e idosos (≥ 18 anos) com DCV. A variável dependente foi a confirmação de SRAG por COVID-19 e foram analisados fatores relacionados a características sociodemográficas, sinais e sintomas e fatores clínicos. Aplicou-se a regressão de Poisson com variância robusta. O nível de significância adotado foi de 5%.
Resultados
Foram analisadas as notificações de 116.343 indivíduos. Destes, 61,9% obtiveram diagnóstico de SRAG por COVID-19. A prevalência do desfecho foi 4% menor nas mulheres (IC95%: 0,94–0,99) e 18% menor em zonas rurais (IC95%: 0,77–0,87). Observou-se prevalência maior na faixa etária de 50 a 59 anos (IC95%: 1,09–1,48) e na região nordeste (IC95%: 1,72–1,91). Febre, tosse, internação em UTI, uso de suporte ventilatório e caso nosocomial também foram significativamente associados a uma maior probabilidade de SRAG por COVID-19 nesses indivíduos.
Conclusão
Há alta prevalência de SRAG por COVID-19 em adultos e idosos com DCV no Brasil. Associaram-se fatores relacionados a características sociodemográficas, clínicas, sinais e sintomas.
Palavras-chave: Adulto; Comorbidades; COVID-19; Doenças Cardiovasculares; Epidemiologia; Hospitalização; Idoso; Prevalência; SARS-CoV2; Síndrome Respiratória Aguda Grave
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