PI 091
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS CONFIRMADOS DE COVID-19 NA REGIÃO MACRO NORTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (BRASIL) COMO RESPOSTA AOS DESAFIOS DA INFECTOLOGIA EM TEMPOS PANDÊMICOS

https://doi.org/10.1016/j.bjid.2021.102087Get rights and content
Under a Creative Commons license
open access

Introdução/Objetivos

A partir do início da epidemia de SARS-CoV-2 no Brasil, em fevereiro de 2020, vários desafios foram impostos à Infectologia, exigindo ações que impactassem nos indicadores de morbimortalidade. A vigilância epidemiológica, acompanhamento e análise dos casos de Covid-19, foi fundamental para fornecer informações oportunas e qualificadas aos gestores das instituições de saúde no enfrentamento da pandemia. O objetivo deste estudo foi traçar o perfil dos indivíduos infectados pela Sars-Cov-2 na região Macro Norte do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.

Metodologia

Estudo transversal, com dados secundários da Secretaria de Saúde do (informações de domínio público). A Macro Norte é composta por 3 regiões: Passo Fundo, Erechim e Palmeira das Missões, totalizando uma população de 1,2 milhão. Foram incluídos os casos confirmados de Covid-19 nessas regiões, no período de 01/03/2020 a 15/06/2021, e analisados por parâmetros de estatística descritiva e inferencial.

Resultados

Foram analisados 155.902 casos de Covid-19 na região Macro Norte, a maioria na região Passo Fundo (n = 92.459; 59,3%), seguido por Palmeira da Missões (n = 38.468; 24,7%) e Erechim (n = 24.975; 16,0%). Os casos concentraram-se na faixa etária de 20 a 59 anos (n = 114.639; 73,6%), possivelmente por ser a faixa etária economicamente ativa e mais exposta ao contágio. A infecção foi mais comum no sexo feminino (n = 83.542; 53,6%) e em indivíduos de brancos (n = 131.817; 92,7%). As comorbidades ocorreram em 15.131 (9,7%) casos, destes 9.689 (64,0%) com apenas uma comorbidade e 5.340 (35,9%) entre 2 e 5 comorbidades. As comorbidades mais frequentes foram: doenças cardiovasculares (7.472; 32,9%), diabetes mellitus (4.865; 21,4%), doenças respiratórias (2.294; 10,1%) e obesidade (2.162; 9,5%). Quanto aos desfechos, 11.822 (7,6%) dos casos evoluíram com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e 2.808 (1,8%) foram a óbito, que ocorreram a partir da faixa etária de 15 a 19 anos com uma taxa de letalidade de 0,1% (n = 5), aumentando com o avanço da idade e chegando a uma letalidade de 18,9% (n = 650) em pessoas acima de 80 anos (p ≤ 0,001).

Conclusão

A maior ocorrência dos casos na faixa etária economicamente ativa acarretou impactos econômicos na região Macro Norte do RS. Destaca-se a frequência das comorbidades e a letalidade nos mais idosos, e reforça a necessidade de estratégias regionais mais eficazes no controle de contaminação por meio da vigilância das infecções e desfechos da doença.

Cited by (0)