Arq. Bras. Cardiol. 2022; 118(5): 927-934

Impacto do Alto Risco Cardiovascular na Mortalidade Hospitalar em Pacientes Internados em Terapia Intensiva por COVID-19

Bruno Ferraz de Oliveira Gomes ORCID logo , João Luiz Fernandes Petriz ORCID logo , Iliana Regina Ribeiro Menezes, Anny de Sousa Azevedo, Thiago Moreira Bastos da Silva ORCID logo , Valdilene Lima Silva, Leticia de Sousa Peres, David Fernandes Pedro Pereira, Giovanni Possamai Dutra ORCID logo , Suzanna Andressa Morais de Paula, Bárbara Ferreira da Silva Mendes, Plinio Resende do Carmo Junior, Basilio de Bragança Pereira, Gláucia Maria Moraes de Oliveira ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20210349

Este Artigo Original é referido pelo Minieditorial "Como a Presença de Doenças Cardiovasculares pode Impactar na Morbimortalidade em Pacientes com COVID-19?".

Resumo

Fundamento

Alguns estudos demonstraram uma maior prevalência de óbitos em portadores de fatores de risco cardiovascular (FRC) durante internação por COVID-19.

Objetivos

Avaliar o impacto do alto risco cardiovascular em pacientes internados em terapia intensiva por COVID-19

Métodos

Estudo retrospectivo com pacientes admitidos em terapia intensiva, com diagnóstico confirmado de COVID-19 por RT-PCR e com pelo menos uma dosagem de troponina durante a internação. Os critérios para definição de paciente de alto risco cardiovascular (ARC) foram: histórico de doença cardiovascular estabelecida (infarto, AVC ou doença arterial periférica), diabetes, doença renal crônica com clearance < 60ml/min ou presença de 3 FRC (hipertensão, tabagismo, dislipidemia ou idade > 65 anos). O desfecho primário deste estudo é mortalidade hospitalar por todas as causas. P<0,05 foi considerado significativo.

Resultados

Foram incluídos 236 pacientes, média de idade= 61,14±16,2 anos, com 63,1% homens, 55,5% hipertensos e 33,1% diabéticos. Um total de 47,4% dos pacientes apresentavam ARC. Observou-se um aumento significativo da mortalidade conforme aumento do número de fatores de risco (0 FRC: 5,9%; 1 FRC: 17,5%; 2 FRC: 32,2% e ≥3 FRC: 41,2%; p=0,001). Na regressão logística ajustada para gravidade (escore SAPS3), o grupo de alto risco cardiovascular e troponina elevada apresentou maior ocorrência de mortalidade hospitalar (OR 40,38; IC95% 11,78-138,39). Pacientes sem alto risco cardiovascular, mas com troponina elevada, também exibiram associação significativa com o desfecho primário (OR 16,7; IC95% 4,45-62,74).

Conclusão

Em pacientes internados em terapia intensiva por COVID-19, a presença de alto risco cardiovascular afeta a mortalidade hospitalar somente em pacientes que apresentaram elevação de troponina.

Impacto do Alto Risco Cardiovascular na Mortalidade Hospitalar em Pacientes Internados em Terapia Intensiva por COVID-19

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