Acessibilidade / Reportar erro

Construção e validação de conteúdo de escala para avaliar a adesão às boas práticas para COVID-19

RESUMO

Objetivo:

Construir e validar conteúdo e face de escala para avaliar a adesão dos profissionais de saúde às boas práticas para COVID-19, no âmbito hospitalar.

Métodos:

Estudo metodológico, desenvolvido em três fases sequenciais: construção dos itens e dimensões a partir de revisão de literatura e aplicação de questionário a 16 profissionais de enfermagem; validação de conteúdo e de face por especialistas e análise semântica.

Resultados:

A escala com 51 itens foi submetida à avaliação de sete especialistas e foram mantidos os itens que apresentaram o índice de validade de conteúdo ≥0,83. Na análise semântica, realizada mediante aplicação da escala a 35 profissionais de saúde, não houve sugestão de modificação e o percentual de compreensão foi de 0,87%.

Conclusões:

O instrumento com 47 itens e três dimensões (pessoal, organizacional e psicossocial), alcançou a validade de conteúdo e de face com padrão satisfatório, além de atingir os parâmetros preconizados pela literatura.

Descritores:
Estudo de Validação; Infecções por Coronavírus; Protocolos; Enfermagem; Reprodutibilidade dos Testes

ABSTRACT

Objective:

to create a scale for assessing the adherence of healthcare providers to good practices for COVID-19 in the hospital setting and determine its content and face validity.

Methods:

A methodological study was developed in three sequential phases: creation of items and domains based on a literature review and administration of the questionnaire to 16 nursing professionals; assessment of content and face validity by experts; and semantic analysis.

Results:

The 51-item scale was submitted to the evaluation of seven experts. Items with a content validity index ≥ 0.83 were maintained. During the semantic analysis performed by the administration of the scale to 37 healthcare providers, no suggestions for changes were made and the comprehension rate was 87%.

Conclusions:

the 47-item instrument with three dimensions (personal, organizational, and psychosocial) achieved satisfactory content and face validity, meeting the parameters established in the literature.

Descritptors:
Validation Study; Coronavirus Infection; Protocols; Nursing; Reproducibility

RESUMEN

Objetivo:

construir y validar una escala para evaluar la adherencia de los profesionales de la salud a las buenas prácticas para el COVID-19 en el hospital y determinar su contenido y validez aparente.

Métodos:

estudio metodológico, desarrollado en tres fases secuenciales: creación de ítems y dominios a partir de revisión bibliográfica y aplicación de cuestionario a 16 profesionales de enfermería; evaluación de contenido y validez aparente por especialistas; y análisis semántico.

Resultados:

la escala de 51 ítems fue sometida a evaluación por siete expertos. Se mantuvieron los ítems con índice de validez de contenido ≥ 0,83. Durante el análisis semántico realizado por la administración de la escala a 37 proveedores de salud, no se hicieron sugerencias de cambios y la tasa de comprensión fue del 87%.

Conclusiones:

el instrumento con 47 ítems y tres dimensiones (personal, organizacional y psicosocial) alcanzó la validez de contenido y apariencia con un estándar satisfactorio, además de alcanzar los parámetros recomendados por la literatura.

Descriptores:
Estudio de Validación; Infecciones por Coronavirus; Protocolos; Enfermería; Reproducibilidad de los Resultados

INTRODUÇÃO

Em dezembro de 2019 observou-se o surgimento de casos de uma doença denominada COVID-19 (CO=Corona;VI=Vírus;D=Doença), causada pelo novo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2), em Wuhan-China(11 Wang C, Horby PW, Hayden FG, Gao GF. A novel coronavirus outbreak of global health concern. Lancet. 2020;395(10223):470-73. https://doi.org10.1016/S0140-6736(20)30185-9
https://doi.org10.1016/S0140-6736(20)301...
). Desde então, declarada como uma emergência global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia pelo novo coronavírus, tendo início em 2020, apresenta como características um quadro gripal, de tosse e febre, podendo evoluir para uma pneumonia, e nos casos mais graves, dispneia ou óbito. O seu período de incubação varia de 2 a 14 dias e, em alguns casos, os indivíduos podem permanecer assintomáticos, porém considerados vetores de transmissão(22 World Health Organization. Interim guidance: Infection prevention and control during health care when COVID-19 is suspected: interim guidance [Internet]. OMS; 19 Mar 2020 [cited 2020 Oct 20]. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/10665-331495
https://www.who.int/publications/i/item/...
). Acredita-se que a transmissão da doença ocorra principalmente por meio de gotículas e admite-se também a transmissão por aerossol ou por meio do contato de material contaminado com mucosas. Estima-se que 7 a 16% de todos os casos de COVID-19 podem necessitar de hospitalização e, que 5 a 12% necessitem de admissão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI)(33 Ferguson NM, Laydon D, Nedjati-Gilani G, Imai N, Ainslie K, Baguelin M, et al. Impact of NonPharmaceutical Interventions (NPIs) to Reduce COVID-19 Mortality and Healthcare Demand. Imperial College COVID-19 Response Team. 2020;1-20. https://doi.org10.25561/77482
https://doi.org10.25561/77482...
-44 Li R, Rivers C, Tan Q, Murray MB, Toner E, Lipsitch M. Estimated demand for US hospital inpatient and intensive care unit beds for patients with COVID-19 based on comparisons with Wuhan and Guangzhou, China. JAMA Netw Open. 2020;3(5):e208297. https://doi.org10.1001/jamanetworkopen.2020.8297
https://doi.org10.1001/jamanetworkopen.2...
). Para prevenir o contágio, a Organização Mundial de Saúde tem enfatizado a importância de se adotar medidas protetivas para evitar o contágio e transmissão da doença. Dentre estas, enfatiza-se o distanciamento entre pessoas, o uso de máscara (protegendo nariz e boca para conter as secreções respiratórias), identificação e isolamento (de indivíduos com suspeita de contaminação e confirmados), uso de equipamento de proteção individual e higienização do ambiente. Nos serviços de saúde, que atendem pacientes com COVID-19, é essencial o uso adequado das precauções padrão (PP), que englobam a higiene das mãos e o uso de equipamento de proteção individual (EPI)(55 World Health Organization (WHO). Coronavirus disease (COVID-19) outbreak: rights, roles and responsibilities of health workers, including key considerations for occupational safety and health [Internet]. OMS [cited 2020 Jul 1]. Available from: https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/who-rights-roles-respon-hw-COVID-19.pdf?sfvrsn=bcabd401_0
https://www.who.int/docs/default-source/...
), ou seja, o uso de luvas, máscaras, óculos protetores e capote, sempre que houver risco do profissional se expor ao sangue e/ou outros fluídos orgânicos (66 Garner JS. Guideline for isolation precautions in hospitals. The Hospital Infection Control Practices Advisory Committee. Infect Control Hosp Epidemiol. 1996;17(1):53-80. https://doi.org10.1086/647190
https://doi.org10.1086/647190...
).

Além do uso de EPI, é importante considerar a ordem de paramentação e desparamentação, pois é na desparamentação que há risco maior de contaminação indireta (77 Centers for Disease Control and Prevention. Interim infection prevention and control recommendations for healthcare personnel during the Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) Pandemic [Internet]. 2020 [cited 2020 Jul 1]. Available from: https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/hcp/infection-control-recommendations.html
https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-nco...
). Para evitar a transmissão hospitalar todas estas medidas de prevenção contra a COVID-19 devem ser seguidas, idealmente é necessário a instituição de protocolos e treinamento das equipes de saúde. Em seguida, é importante averiguar se de fato tais protocolos estão sendo seguidos. Para isso é de grande utilidade a aplicação de ferramentas que avaliem a adesão às medidas de precaução instituídas, bem como identificar as dificuldades enfrentadas no uso das mesmas.

A adesão é um processo dinâmico, multifatorial e que resulta de um conjunto de determinantes, dependentes de fatores subjetivos, organizacionais e referentes ao trabalho. É um processo de decisão complexo, mediado por traços psicológicos, nível cognitivo intelectual, crenças, valores e o contexto sociocultural no qual o indivíduo está inserido(88 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde Programa Nacional de DST e Aids. Manual de adesão ao tratamento para pessoas vivendo com HIV e Aids [Internet]. Brasília (DF): 2008 [cited 2020 Jul 1]. Available fom: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_adesao_tratamento_hiv.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe...
).

No entanto, avaliar a adesão às precauções para COVID-19 durante a pandemia se tornou um desafio, pois os instrumentos disponíveis na literatura que avaliam a conformidade e/ou adesão às precauções padrão são restritos, além de não incluírem as especificidades inerentes à transmissão da COVID-19. De maneira geral, estes aspectos estão mais direcionados para o contexto de outras doenças (99 Brevidelli MM. Modelo explicativo da adesão às precauções-padrão: construção e aplicação [Tese]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2003.-1010 Brevidelli MM, Cianciarullo TI. Fatores psicossociais e organizacionais na adesão às precauções-padrão. Rev Saúde Pública. 2009;43(6):1-10. https://doi.org10.1590/S0034-89102009005000065
https://doi.org10.1590/S0034-89102009005...
). Deste modo, o estudo foi norteado pela seguinte questão de pesquisa: Qual é a validade de conteúdo e de face de novo instrumento desenvolvido para avaliar a adesão dos profissionais de saúde às boas práticas hospitalares para COVID-19?

OBJETIVO

Construir e validar conteúdo e face de escala para avaliar a adesão dos profissionais de saúde às boas práticas para COVID-19, no âmbito hospitalar.

MÉTODOS

Aspectos éticos

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu, Unesp.

Desenho, local do estudo e período

Trata-se de um estudo metodológico para construção, validação de conteúdo e de face dos itens de uma escala destinada a avaliar a adesão dos profissionais de saúde às boas práticas no enfrentamento da COVID- 19, realizado no período entre abril e outubro de 2020.

O delineamento deste estudo seguiu as seguintes etapas: construção dos itens, que teve início com a revisão de literatura, validação de conteúdo/face e análise semântica.

O estudo foi realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, Unesp. e foi estruturado de acordo com o COSMIN (COnsensus-based Standards for the selection of health Measurement INstruments) (1111 Terwee CB, Prinsen CA, de Vet HCW, et al. COSMIN methodology for assessing the content validity of Patient-Reported Outcome Measures (PROMs): user manual [Internet]. 2018[cited 2020 Jul 1]. Available from: www.cosmin.nl
www.cosmin.nl...
).

Etapa 1 - Construção dos Itens do Instrumento

A construção do instrumento partiu de revisão da literatura nas bases de dados US National Library of Medicine (Pubmed Central), Web of Science, Scopus, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Current Nursing and Allied Health Literature (CINAHAL), que incluiu pu­blicações, catálogos de teses, protocolos e dissertações. Além disso, realizou-se uma busca em sites de agências governamentais e não governamentais, como Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Panamericana de Saúde (OPAS), Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), incluindo protocolos internacionais e nacionais. Todavia a totalidade dos artigos encontrados no início da pandemia se referia à origem, transmissão, diagnóstico e tratamento da COVID-19, bem como casos clínicos e relatos de experiência. Nesta busca, identificou-se apenas um trabalho, que abordava o papel do enfermeiro no manejo de pacientes com COVID-19, baseado na revisão da literatura sobre o tema(1212 Sharma SK, Nuttal C, Kalyani V, Hemlata. Clinical nursing care guidance for management of patient with COVID-19. J Pak Med Assoc [Internet]. 2020[cited 2020 Jul 1];70(Suppl.30):S118-S123. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32515397/
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32515397...
).

Além disso, também se utilizou como referencial teórico o modelo de crenças em saúde desenvolvido por psicólogos dos Estados Unidos na década de 90, na tentativa de explicar porque certas pessoas não se preveniam corretamente contra algumas doenças para as quais já havia testes ou vacinas. Este modelo é constituído por quatro dimensões, a saber: suscetibilidade, seriedade, benefícios e barreiras percebidas. Além das dimensões, fazem parte do modelo estímulos que provocam a tomada de decisão, que podem ter origem interna ou externa(1313 Dela Coleta MF. O modelo de crenças em saúde (HBM):uma análise de sua contribuição à psicologia da saúde. Temas Psicol [Internet]. 1999 [cited 2020 Oct 15];7(2):175-82. Available fom: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v7n2/v7n2a07.pdf
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v7n2/v7...
).

Segundo o “modelo teórico”, a adoção de comportamento preventivo depende muito do indivíduo se considerar vulnerável a um determinado problema de saúde, ou seja, acreditar que esse problema possa afetá-lo pontualmente (Percepção de Suscetibilidade); de o indivíduo associar o problema de saúde à gravidade de suas consequências, que significa perceber que esse problema pode vir a ter consequências sérias (Percepção de Severidade); outro fator é do indivíduo acreditar que seu problema de saúde pode ser prevenido por uma determinada ação (Percepção de Benefícios), independente dessa ação envolver aspectos negativos (Percepção de Barreiras). Deste modo, isto significa que os benefícios da ação são avaliados em função das barreiras para realizá-los(1414 Rosenstock IM. The health belief model: explaining health behavior through expectancies. In: Glanz K, Lewis FM, Rimer BK. Health behavior and health education: theory, research and practice. San Francisco: Jossey-Bass Publishers; 1990. p. 39-62.).

A partir do levantamento bibliográfico sobre a temática, foram elaboradas 11 questões abertas, que posteriormente foram enviadas por e-mail em virtude da impossibilidade da realização de grupo focal durante a pandemia a nove enfermeiros e sete técnicos de enfermagem, que haviam sido convidados para participar da pesquisa e trabalham na instituição onde a mesma foi realizada. Na ocasião, também foram convidados outros profissionais de saúde, que se recusaram a participar da pesquisa em decorrência da sobrecarga de trabalho e indisponibilidade de tempo para responder às questões. Na sequência, as repostas foram analisadas por meio da análise de conteúdo proposta por Bardin(1515 Bardin L. Analise de conteúdo. Lisboa: Portugal; Edições 70; 1977.), que se desdobra em três fases: pré-análise; exploração do material e tratamento dos resultados e interpretação.

Etapa 2 - Validação de conteúdo e de face dos itens

Neste estudo, os juízes foram selecionados pela sua atuação como pesquisadores, especialistas em unidades de terapia intensiva/emergência e/ou atuação profissional em comissões de infecções relacionadas à assistência à saúde. O convite inicial ao grupo de juízes foi formal, realizado por meio de uma carta convite enviada por e-mail, contendo o objetivo do estudo, a descrição do instrumento, informações sobre o preenchimento, o motivo pelo qual o profissional foi escolhido como juiz(1616 Pasquali L. Princípios de elaboração de escalas psicológicas. Rev Psiquiatr Clín [Internet]. 1998 [cited 2020 Sep 14];25(5):206-13. Available from: http://mpet.ifam.edu.br/wp-content/uploads/2017/12/Principios-deelaboracao-de-escalas-psicologicas.pdf
http://mpet.ifam.edu.br/wp-content/uploa...
), o termo de consentimento livre e esclarecido e, na sequência, foram incluídas também algumas questões que visavam caracterizar os participantes e a nova escala.

Foram convidados 12 profissionais de nível superior, médicos e enfermeiros que atendiam os critérios de seleção definidos para o estudo, sendo dado um prazo de 15 dias para análise do conteúdo e que devido à pandemia foi estendido por mais 15 dias, porém sete instrumentos retornaram. Na literatura científica é recomendado que o número de especialistas selecionados varie entre dois e dez indivíduos (1717 Yusoff MSB. ABC of Content Validation and Content Validity Index Calculation. Educ Med J. 2019.11(2):49-54. https://doi.org10.21315/eimj2019.11.2.6
https://doi.org10.21315/eimj2019.11.2.6...
), sendo cinco considerados adequados para avaliação de concordância(1818 Polit DF, Beck CT, Owen SV. Is the CVI an Acceptable Indicator of Content Validity? appraisal and recommendations. Res Nurs Health. 2007;30(4):459-67. https://doi.org10.1002/nur.20199
https://doi.org10.1002/nur.20199...
).

Cada item do instrumento foi pontuado de um a cinco, em uma escala do tipo Likert, sendo: não relevante (1), necessita de grande revisão (2), necessita de pequena revisão (3) e relevante (4) (1616 Pasquali L. Princípios de elaboração de escalas psicológicas. Rev Psiquiatr Clín [Internet]. 1998 [cited 2020 Sep 14];25(5):206-13. Available from: http://mpet.ifam.edu.br/wp-content/uploads/2017/12/Principios-deelaboracao-de-escalas-psicologicas.pdf
http://mpet.ifam.edu.br/wp-content/uploa...
), em relação aos critérios clareza, relevância, pertinência e abrangência. A descrição destes conceitos constava das orientações que foram encaminhadas aos juízes, seguindo-se o referencial da literatura adotado para o desenvolvimento de escalas(1919 Devellis RF. Scale development: theory and applications. 4ª ed. Los Angeles: Sage; 2017. p. 106-51.). Em cada item também foi deixado um espaço para inclusão de sugestões e/ou modificação pelos juízes. Foi incluído também na avaliação a opção de avaliação do item em relação às dimensões, ou seja, pessoal, organizacional e psicossocial.

No entanto, devido à grande quantidade de sugestões que retornaram da avaliação dos juízes, no que se refere à modificação de redação de várias questões e de separação dos itens referente à desparamentação, foi realizada uma segunda rodada de avaliação de conteúdo com os mesmos juízes que devolveram o instrumento. O escore do ín de validade de conteúdo foi calculado por meio da soma de concordância dos itens que foram classificados como “3” ou “4” na avaliação dos juízes, divididos pelo número total de respostas(2020 Polit D, Beck CT. The content validity index: are you sure you know what’s being reported? Critique and recommendations. Res Nurs Health. 2006;29(5):489-97. https://doi.org10.1002/nur.20147
https://doi.org10.1002/nur.20147...
), em relação a cada critério. A taxa de concordância aceitável entre os juízes para verificação da validade dos itens foi estabelecida em superior a 0,83, em decorrência do número de juízes, como é estabelecido na literatura(1717 Yusoff MSB. ABC of Content Validation and Content Validity Index Calculation. Educ Med J. 2019.11(2):49-54. https://doi.org10.21315/eimj2019.11.2.6
https://doi.org10.21315/eimj2019.11.2.6...
).

Etapa 3 - Análise semântica

A análise semântica tem por objetivo avaliar se todos os itens são adequados e compreensíveis para a população na qual o instrumento se destina, e deve ser aplicado entre 30 a 40 indivíduos (2121 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the Process of Cross-Cultural Adaptation of Self-Report Measures. Spine. 2000;25(24):3186-91. https://doi.org10.1097/00007632-200012150-00014
https://doi.org10.1097/00007632-20001215...
). Para seleção desta amostra foram sorteados 40 profissionais de saúde, atuantes em enfermarias da COVID-19, pronto-socorro e UTI-Adulto, durante os meses de julho e agosto de 2020. Destes, 37 aceitaram participar.

RESULTADOS

O instrumento com 51 itens foi enviado inicialmente para avaliação de 12 especialistas e após trinta dias retornaram sete. Esses juízes eram na sua maioria do sexo feminino (85,7%), com tempo de atuação profissional superior a 16 anos (42,9%). No que se refere à formação acadêmica, cinco eram enfermeiros e um médico.Três atuavam em comissões de infecção relacionada à assistência à saúde de instituição pública e privada (42,9%), um em UTI (14,2%) e os demais na docência/pesquisa (42,9%).

Devido à grande quantidade de modificação dos itens na primeira avaliação e separaração de uma questão, foi realizada uma nova rodada de avaliação com os mesmos especialistas. As principais sugestões de modificação foram: redação na primeira pessoa, transformação de questão negativa em positiva, alteração do título, correção de termos e/ou terminologia, desmembramento do item relacionado à desparamentação e substituição da palavra SARcov-2 por COVID-19 .

A escala inicialmente intitulada, Escala de Adesão às Precauções Padrão para COVID-19, foi modificada para Escala de Adesão às boas práticas hospitalares para COVID-19. Nesta primeira rodada, após avaliação dos especialistas, duas questões foram excluídas em virtude da avaliação negativa, e por unânimidade terem considerado o item pouco relevante e pouco pertinente. A primeira referia-se à utilização de máscara reinalante ou cateter de oxigênio para pacientes sem indicação de ventilação mecânica, a segunda questão referia-se à necessidade de limpeza terminal do banheiro após banho de aspersão por pacientes portadores ou suspeitos de COVID. Uma terceira questão foi também foi excluída por estar duplicada. Neste momento, a escala foi reduzida pelos autores para 48 itens.

Como uma das sugestões dos especialistas foi a separação da questão referente à desparamentação, considerando que deve ser iniciada dentro do quarto e finalizada fora, houve a inclusão de mais um item, o que alterou a estrutura da mesma que passou a ter 49 itens. Desde modo, o instrumento foi a uma segunda rodada de avaliação pelos mesmos especialistas, para que fosse calculado o índice de validade de conteúdo. Todas as modificações sugeridas foram realizadas antes da análise semântica pelo público-alvo. Nota-se que apenas os itens 5, 17, 22, 27, 28, 31, 40, 46, 47 e 51 não foram modificados, Quadro 1.

Quadro 1
Alterações realizadas nos itens do instrumento após avaliação pelo comitê de especialistas, Botucatu, São Paulo, Brasil, 2020

Na Tabela 1, estão apresentados os índices de validade de conteúdo, calculados após a segunda avaliação do instrumento pelo comitê de especialistas, bem como a classificação apresentada pelos mesmos em relação aos itens que compõem as três dimensões. Nota-se que o instrumento apresentou IVC satisfatório para todos os critérios avaliados (IVC≥ 0,94). Contudo, o item 36 apresentou uma avaliação insatisfatória nos critérios clareza e abrangência (IVC=0,57), assim como o item 47 (IVC= 0,71 no critério clareza), o que contribui para exclusão dos mesmos. Observa-se que o critério representatividade foi o de maior pontuação entre os especialistas (IVC=0,99).

Tabela 1
Índice de validade de conteúdo dos itens em relação aos critérios analisados e suas dimensões propostas pelos especialistas, Botucatu, São Paulo, Brasil, 2020

No que se refere às dimensões, a primeira, fatores pessoais, constituída pelos itens: 1, 3, 5, 8, 9, 11, 13, 14, 15, 18, 20, 24, 28, 31, 36, 38, 41, 43, 45, 46, 47, 48 e 49, foram realizadas as seguintes alterações pelos juízes: os itens 13, 15, 31, 41, 45, 47 e 48 foram remanejados para a dimensão de fatores organizacionais, e os itens 3 e 11 para a dimensão psicossocial. Na segunda dimensão, fatores organizacionais, constituída pelos itens: 2, 4, 7, 10, 12, 17, 21, 23, 25, 27, 29, 30, 32, 34, 35, 37, 40 e 44, recebeu também sete itens da dimensão fatores pessoais .

A terceira dimensão, fatores psicossociais, composta pelos itens: 6, 16, 19, 22, 26, 33, 39 e 42 recebeu dois itens (3 e 11), que eram da dimensão fatores pessoais. Deste modo, houve uma concentração de 25 itens nos fatores organizacionais, 14 no pessoal e 10, na dimensão psicossocial.

Após o cálculo do índice de validade de conteúdo o instrumento foi aplicado a 37 profissionais de saúde, que aceitaram participar da pesquisa, para avaliação da compreensão de cada item. Destes, 35 devolveram o instrumento, sendo: 21 enfermeiros (60%), 12 técnicos de enfermagem (34,2%) e dois médicos (5,71%). A maioria era do sexo feminino 32 (91,4%) e praticamente a metade (51,4%) tinha até cinco anos de atuação profissional.

Nessa fase, não houve sugestão de alteração dos itens e o percentual de compreensão foi de 87%. Assim, o instrumento final ficou constituído de 47 itens, após exclusão dos itens 36 e 47 distribuídos em três dimensões, com possibilidade de resposta por meio da escala de Likert de cinco pontos: (1) Nunca - (2) Raramente - (3) Às vezes - (4) Muitas Vezes - (5) Sempre.

DISCUSSÃO

Na construção dos itens do instrumento, realizada a partir de ampla revisão de literatura sobre o tema e consulta junto aos profissionais de enfermagem, deparou-se com algumas dificuldades devido à divergência de sugestões apontadas pelos especialistas e à falta de padronização de informações encontradas na literatura, principalmente em relação ao procedimento de desparamentação.

Neste item, além da sugestão de separar as etapas de desparamentação que devem ocorrer dentro e fora do quarto ou isolamento do paciente, também foi solicitada a revisão da sequência de colocação dos EPIs. A sugestão de um dos especialistas foi de não incluir a etapa de lavagem das mãos após a retirada dos óculos ou protetor facial e gorro. No entanto, como essa é uma recomendação preconizada pela ANVISA(2222 Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Nota Técnica GVIMS/GGTES/Anvisa No 04/2020. Orientações para serviços de saúde: medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) [Internet]. 31 Mar 2020 [cited 2020 Jul 1]. Available from: https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/alertas/item/nota-tecnica-n-04-2020-gvims-ggtes-anvisa-atualizada
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadop...
) na assistência aos casos suspeitos/confirmados pelo novo coronavírus, a sugestão do mesmo não pode ser incorporada ao item. A literatura internacional não preconiza uma norma para a sequência de paramentação. A OMS apenas cita os itens que devem fazer parte da precaução individual. O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) considera que há mais de uma forma segura de realizar a sequência de paramentação, porém todos recomendam a utilização de viseira, gorro, máscara, avental e luvas(2323 Centers for Disease Control and Prevention. Using Personal Protective Equipment (PPE). 2020[Internet]. 11 March 2021[cited 2021 March 11]. Available from: https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/hcp/using-ppe.html
https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-nco...
).

Outro problema em relação a esta questão foi referente à máscara N95 ou equivalente. A sugestão de um especialista foi para inclusão do termo “manter N 95”, pois a mesma não é trocada a cada procedimento em virtude dos custos e do seu prazo de validade. A conclusão foi que os itens devem contemplar o que é preconizado pela literatura nacional e internacional, e não podem estar atrelados às rotinas institucionais. O uso da máscara N95 deve responder às recomendações da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar institucional (2222 Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Nota Técnica GVIMS/GGTES/Anvisa No 04/2020. Orientações para serviços de saúde: medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) [Internet]. 31 Mar 2020 [cited 2020 Jul 1]. Available from: https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/alertas/item/nota-tecnica-n-04-2020-gvims-ggtes-anvisa-atualizada
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadop...
). A OMS recomenda evitar o uso prolongado de máscara, devendo o profissional efetuar a sua troca conforme o que é estipulado pelo fabricante. No entanto, considera-se viável e seguro o uso prolongado quando a máscara é armazenada e manipulada adequadamente, quando esta apresenta sinais visíveis de dano e mantém uma boa vedação, verificada por teste(2424 World Health Organization (WHO). Rational use of personal protective equipment for COVID-19 and considerations during severe shortages [Internet]. WHO. 23 December 2020. [cited 2021 March 11]. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/rational-use-of-personal-protective-equipment-for-coronavirus-disease-(COVID-19)-and-considerations-during-severe-shortages
https://www.who.int/publications/i/item/...
).

Neste processo de construção dos itens, algumas recomendações como os cuidados a ter com o corpo pós morte foram incluídas, pois apesar deste procedimento não ser realizado em todas as instituições pelos profissionais de saúde, é um aspecto importante que deve ser do conhecimento de quem atua no âmbito hospitalar. O mesmo aconteceu com o item que envolve a ventilação do quarto, ainda que muitas instituições não possuam janelas nos quartos devido à climatização central dos ambientes é uma recomendação de boas práticas. Essas práticas de cuidado contribuem com a diminuição da contaminação do ambiente e, portanto, fazem parte das medidas de controle da transmissão da doença(2525 Organização Panamericana de Saúde. Prevenção e controle de infecção durante os cuidados de saúde quando houver suspeita de infecção pelo novo coronavírus (nCoV): diretrizes provisórias [Internet]. 25 de janeiro 2020[cited 2021 March 11]. Available from: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/51910/9789275722039_por.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://iris.paho.org/bitstream/handle/1...
).

Contudo, o nosso maior obstáculo foi com a construção dos itens referentes aos aspectos psicossociais por abarcarem crenças e valores do indivíduo. Construir um item que representasse ou refletisse o real impacto que esses aspectos possuem na adesão às precauções, o que é pouco abordado na literatura, tornou-se um grande desafio. Nesse momento de pandemia, com um início abrupto e permeado de temores por todas as pessoas, considerou-se importante a inclusão desses itens, por terem vindo à tona nos discursos. Vale ainda destacar que alguns instrumentos disponibilizados na literatura para avaliação de adesão às PP não abordavam os aspectos psicossociais ou a avaliação da adesão, por ser multifatorial e desmembrada em subescalas. Fato este que nos motivou a incluir num único instrumento aspectos ou fatores que podem interferir na adesão às PP.

No que se refere à classificação dos itens em dimensões pelos juízes, o item 41 referente à paramentação foi alocado na dimensão organizacional, provavelmente por entenderem que essa recomendação esteja atrelada a protocolos institucionais. Contudo, observou-se também que na análise dos juízes as duas questões (28 e 48) referentes à desparamentação também não ficaram na mesma dimensão. A questão 28, referente à desparamentação que se inicia dentro do quarto, foi alocada na dimensão pessoal e a questão 48, que se refere à continuação do procedimento fora do quarto/box, ficou na dimensão organizacional. Observa-se também que o item 29, referente à não utilização adequada de EPI devido à sobrecarga diária de trabalho, foi remanejado da dimensão organizacional para a pessoal. Fato que demonstra que a análise de conteúdo, feita por meio da avaliação dos juízes, é uma abordagem qualitativa e subjetiva, que posteriormente se transforma em quantitativa com a utilização do índice de validade de conteúdo(2626 Kimberlin CL, Winterstein AG. Validity and reliability of measurement instruments used in research. Am J Health Syst Pharm. 2008;65(23):2276-84. https://doi.org10.2146/ajhp070364
https://doi.org10.2146/ajhp070364...
). Cabe ressaltar que essa fase antecede à validação psicométrica, técnica em que é possível excluir e realocar itens.

Nessa primeira etapa apenas dois itens foram excluídos mediante cálculo do índice de validade de conteúdo, ambos relacionados à dimensão pessoal, por não atenderem ao referencial adotado para este estudo em que consideraram neces­sário uma concordância entre os especialistas superior a 80%, resultados compatíveis com outros estudos.

Limitações do Estudo

Este estudo teve como limitação o fato de não ter sido possível a realização do grupo focal para elaboração dos itens, em virtude do período de pandemia.

Contribuições para a Área

O estudo traz como contribuição seu produto, uma escala hospitalar para avaliar a adesão dos profissionais de saúde às boas práticas para prevenção de transmissão da COVID-19. Além disso, contribuirá indiretamente para proposição de intervenções que visem à prestação de um cuidado seguro dentro dos hospitais, minimizando consequentemente a redução da morbimortalidade.

Este instrumento também possibilitará a análise situacional do comportamento dos profissionais que estão atuando na linha de frente da COVID-19, resultando na promoção de ações educativas e revisão de estrutura e dos processos de trabalho pelos gestores, em busca de melhorias do trabalho assistencial e redução das taxas de infecção.

CONCLUSÕES

A construção da escala seguiu as etapas preconizadas na literatura para definição das dimensões e construção dos itens do instrumento. Na etapa de validação de conteúdo e de face foram realizadas mudanças substanciais dos itens no decorrer do processo de avaliação pelos juízes, realizado em duas rodadas. Fato que pode ser atribuído ao pouco tempo de vivência e conhecimento desta doença. Na análise semântica, o instrumento não foi modificado e o percentual de concordância entre o público-alvo foi adequado. Ao final, alcançou-se a validade de conteúdo e de face com padrão satisfatório, além de atingir os parâmetros preconizados pela literatura. Por fim, cabe ressaltar que essa é uma validação qualitativa e que o instrumento ainda é passível de alteração na etapa de validação psicométrica, que se encontra em curso. Assim, recomenda-se prosseguimento do estudo e análise de suas propriedades psicométricas.

REFERENCES

  • 1
    Wang C, Horby PW, Hayden FG, Gao GF. A novel coronavirus outbreak of global health concern. Lancet. 2020;395(10223):470-73. https://doi.org10.1016/S0140-6736(20)30185-9
    » https://doi.org10.1016/S0140-6736(20)30185-9
  • 2
    World Health Organization. Interim guidance: Infection prevention and control during health care when COVID-19 is suspected: interim guidance [Internet]. OMS; 19 Mar 2020 [cited 2020 Oct 20]. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/10665-331495
    » https://www.who.int/publications/i/item/10665-331495
  • 3
    Ferguson NM, Laydon D, Nedjati-Gilani G, Imai N, Ainslie K, Baguelin M, et al. Impact of NonPharmaceutical Interventions (NPIs) to Reduce COVID-19 Mortality and Healthcare Demand. Imperial College COVID-19 Response Team. 2020;1-20. https://doi.org10.25561/77482
    » https://doi.org10.25561/77482
  • 4
    Li R, Rivers C, Tan Q, Murray MB, Toner E, Lipsitch M. Estimated demand for US hospital inpatient and intensive care unit beds for patients with COVID-19 based on comparisons with Wuhan and Guangzhou, China. JAMA Netw Open. 2020;3(5):e208297. https://doi.org10.1001/jamanetworkopen.2020.8297
    » https://doi.org10.1001/jamanetworkopen.2020.8297
  • 5
    World Health Organization (WHO). Coronavirus disease (COVID-19) outbreak: rights, roles and responsibilities of health workers, including key considerations for occupational safety and health [Internet]. OMS [cited 2020 Jul 1]. Available from: https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/who-rights-roles-respon-hw-COVID-19.pdf?sfvrsn=bcabd401_0
    » https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/who-rights-roles-respon-hw-COVID-19.pdf?sfvrsn=bcabd401_0
  • 6
    Garner JS. Guideline for isolation precautions in hospitals. The Hospital Infection Control Practices Advisory Committee. Infect Control Hosp Epidemiol. 1996;17(1):53-80. https://doi.org10.1086/647190
    » https://doi.org10.1086/647190
  • 7
    Centers for Disease Control and Prevention. Interim infection prevention and control recommendations for healthcare personnel during the Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) Pandemic [Internet]. 2020 [cited 2020 Jul 1]. Available from: https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/hcp/infection-control-recommendations.html
    » https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/hcp/infection-control-recommendations.html
  • 8
    Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde Programa Nacional de DST e Aids. Manual de adesão ao tratamento para pessoas vivendo com HIV e Aids [Internet]. Brasília (DF): 2008 [cited 2020 Jul 1]. Available fom: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_adesao_tratamento_hiv.pdf
    » http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_adesao_tratamento_hiv.pdf
  • 9
    Brevidelli MM. Modelo explicativo da adesão às precauções-padrão: construção e aplicação [Tese]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2003.
  • 10
    Brevidelli MM, Cianciarullo TI. Fatores psicossociais e organizacionais na adesão às precauções-padrão. Rev Saúde Pública. 2009;43(6):1-10. https://doi.org10.1590/S0034-89102009005000065
    » https://doi.org10.1590/S0034-89102009005000065
  • 11
    Terwee CB, Prinsen CA, de Vet HCW, et al. COSMIN methodology for assessing the content validity of Patient-Reported Outcome Measures (PROMs): user manual [Internet]. 2018[cited 2020 Jul 1]. Available from: www.cosmin.nl
    » www.cosmin.nl
  • 12
    Sharma SK, Nuttal C, Kalyani V, Hemlata. Clinical nursing care guidance for management of patient with COVID-19. J Pak Med Assoc [Internet]. 2020[cited 2020 Jul 1];70(Suppl.30):S118-S123. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32515397/
    » https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32515397/
  • 13
    Dela Coleta MF. O modelo de crenças em saúde (HBM):uma análise de sua contribuição à psicologia da saúde. Temas Psicol [Internet]. 1999 [cited 2020 Oct 15];7(2):175-82. Available fom: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v7n2/v7n2a07.pdf
    » http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v7n2/v7n2a07.pdf
  • 14
    Rosenstock IM. The health belief model: explaining health behavior through expectancies. In: Glanz K, Lewis FM, Rimer BK. Health behavior and health education: theory, research and practice. San Francisco: Jossey-Bass Publishers; 1990. p. 39-62.
  • 15
    Bardin L. Analise de conteúdo. Lisboa: Portugal; Edições 70; 1977.
  • 16
    Pasquali L. Princípios de elaboração de escalas psicológicas. Rev Psiquiatr Clín [Internet]. 1998 [cited 2020 Sep 14];25(5):206-13. Available from: http://mpet.ifam.edu.br/wp-content/uploads/2017/12/Principios-deelaboracao-de-escalas-psicologicas.pdf
    » http://mpet.ifam.edu.br/wp-content/uploads/2017/12/Principios-deelaboracao-de-escalas-psicologicas.pdf
  • 17
    Yusoff MSB. ABC of Content Validation and Content Validity Index Calculation. Educ Med J. 2019.11(2):49-54. https://doi.org10.21315/eimj2019.11.2.6
    » https://doi.org10.21315/eimj2019.11.2.6
  • 18
    Polit DF, Beck CT, Owen SV. Is the CVI an Acceptable Indicator of Content Validity? appraisal and recommendations. Res Nurs Health. 2007;30(4):459-67. https://doi.org10.1002/nur.20199
    » https://doi.org10.1002/nur.20199
  • 19
    Devellis RF. Scale development: theory and applications. 4ª ed. Los Angeles: Sage; 2017. p. 106-51.
  • 20
    Polit D, Beck CT. The content validity index: are you sure you know what’s being reported? Critique and recommendations. Res Nurs Health. 2006;29(5):489-97. https://doi.org10.1002/nur.20147
    » https://doi.org10.1002/nur.20147
  • 21
    Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the Process of Cross-Cultural Adaptation of Self-Report Measures. Spine. 2000;25(24):3186-91. https://doi.org10.1097/00007632-200012150-00014
    » https://doi.org10.1097/00007632-200012150-00014
  • 22
    Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Nota Técnica GVIMS/GGTES/Anvisa No 04/2020. Orientações para serviços de saúde: medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) [Internet]. 31 Mar 2020 [cited 2020 Jul 1]. Available from: https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/alertas/item/nota-tecnica-n-04-2020-gvims-ggtes-anvisa-atualizada
    » https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/alertas/item/nota-tecnica-n-04-2020-gvims-ggtes-anvisa-atualizada
  • 23
    Centers for Disease Control and Prevention. Using Personal Protective Equipment (PPE). 2020[Internet]. 11 March 2021[cited 2021 March 11]. Available from: https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/hcp/using-ppe.html
    » https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/hcp/using-ppe.html
  • 24
    World Health Organization (WHO). Rational use of personal protective equipment for COVID-19 and considerations during severe shortages [Internet]. WHO. 23 December 2020. [cited 2021 March 11]. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/rational-use-of-personal-protective-equipment-for-coronavirus-disease-(COVID-19)-and-considerations-during-severe-shortages
    » https://www.who.int/publications/i/item/rational-use-of-personal-protective-equipment-for-coronavirus-disease-(COVID-19)-and-considerations-during-severe-shortages
  • 25
    Organização Panamericana de Saúde. Prevenção e controle de infecção durante os cuidados de saúde quando houver suspeita de infecção pelo novo coronavírus (nCoV): diretrizes provisórias [Internet]. 25 de janeiro 2020[cited 2021 March 11]. Available from: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/51910/9789275722039_por.pdf?sequence=1&isAllowed=y
    » https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/51910/9789275722039_por.pdf?sequence=1&isAllowed=y
  • 26
    Kimberlin CL, Winterstein AG. Validity and reliability of measurement instruments used in research. Am J Health Syst Pharm. 2008;65(23):2276-84. https://doi.org10.2146/ajhp070364
    » https://doi.org10.2146/ajhp070364

Editado por

EDITOR CHEFE: Dulce Barbosa
EDITOR ASSOCIADO: Fátima Helena do Espírito Santo

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Jul 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    11 Nov 2020
  • Aceito
    24 Abr 2022
Associação Brasileira de Enfermagem SGA Norte Quadra 603 Conj. "B" - Av. L2 Norte 70830-102 Brasília, DF, Brasil, Tel.: (55 61) 3226-0653, Fax: (55 61) 3225-4473 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: reben@abennacional.org.br